Brinquedos de Gilberto

Cresci ouvindo meu pai contando histórias de sua infância. As aventuras em Janauacá ou na casa da vovó Maria em Manaus. Os encantos desse neto de judeu vão desde a fruta apanhada direto da árvore, até os banhos de rio e passeios de canoa. Ele aproveitou bem sua meninice. Foi sadio e moleque.
Mas de todas as lembranças saudáveis, a que mais me marca é dos brinquedos do Gilberto. Sim, papai foi criança nos tempos do boto.
Ele conta as diversas vezes que seu pai foi ao Palácio Rio Negro,
sede do governo, buscar rancho e brinquedos para a família.
Gilberto Mestrinho conseguia agradar pais e filhos. Papai lembra
que meu avô Baé era amigo do jardineiro do palácio. Um dia,
no aniversário do Boto, deixou vovô, papai e a tia Augusta
entrarem na festa. Como plebeus, puderam comer e fartar-se
na terra do rei. Isso aconteceu há muito tempo, mas as lembranças
em sua memória são vivas e atuais.
Ele deu adeus ao grande líder amazonense.

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